TABELA DE VALORES: Serviços de Revisão

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Quando a trava é de regência...

Sempre estamos praticando a regência, seja consciente ou inconscientemente. Ao dizermos "Já volto, vou ao banheiro", estamos corretos, respeitando a harmonia dos termos: o regente e o regido. Mas se dissermos a mesma frase assim "Vou no banheiro", já "melamos" (como dizem os mais despojados) o discurso. 
Característica da linguagem oral é utilizar o em + artigo (no/na) no lugar da preposição a.

O termo regente são os verbos; já as preposições, as conjunções subordinativas, os pronomes relativos, os advérbios, os pronomes interrogativos são os regidos. 

Para inserir um complemento (como os citados acima) num período é preciso atentar para o sentido da oração. Pois muitos verbos, por exemplo, podem vir em um período com significados diferentes, e por isso vão exigir complementos diferentes.

Exemplo 1: Aspiro ao cargo de liderança. Sentido de almejar, conseguir, desejar, exige preposição a.

Exemplo 2: Aspiro a fragrância da flor. Sentido de cheirar. Não exige preposição, somente o artigo.


É muito interessante saber sobre a questão da regência de verbos e de nomes, pois mesmo aquelas pessoas que não possuem o conhecimento técnico da língua como os professores de português e demais profissionais que lidam diariamente com a escrita, podem usufruir da dinâmica desse processo de utilizar adequadamente verbos e nomes juntamente com seus complementos, qualificando o discurso. 

Lógico que quando se fala com alguém, a maioria não se preocupa, muito menos se apercebe dos erros que comete. Porque, embora a correção gramatical seja muito exigida nos processos seletivos e em determinadas carreiras profissionais, a oralidade não é minuciosamente analisada, nem chama assim tanto a atenção, só se for muito iletrada ou incompreensível. Inclusive, até na literatura se nota certo distanciamento da norma culta.


Existem diversos manuais, livros e artigos abordando o tema da regência, mas gostaria de facilitar aqui os usos mais comuns e os mais exigidos nos testes.


Primeiramente segue a regência de alguns verbos notáveis que pedem a preposição a.



  • Os que exigem a preposição a: aspirar - assistir - avisar - chegar - custar - obedecer (antônimo) - pedir - perdoar - preferir - proceder - querer - responder - visar, etc. Só que para esses verbos exigirem ou regerem a preposição é necessário prestar atenção ao seu sentido na oração.

* Aspirar - sentido de almejar, desejar

* Assistir - sentido de ver, observar/ sentido de caber

* Avisar - sentido de avisar ou informar algo a alguém

* Chegar - sentido de vir ou atingir o alvo

* Custar - sentido de acarretar, ocasionar

* Obedecer / Desobedecer - sempre!

* Pedir - sentido de pedir algo a alguém

* Perdoar - sentido de desculpar


* Preferir - sentido de priorizar


* Proceder - sentido de efetuar


* Querer - sentido de estimar


* Responder - sentido de dar resposta


* Visar - sentido de pretender



Fica fácil harmonizar as palavras quando se entende o contexto em que elas estão inseridas.


Um verbo que equivocadamente muita gente escreve errado, ou seja, sem seguir a orientação da norma culta (gramática) é o implicar. A maior parte das pessoas escreve assim: "O suposto artigo implica em sanar eventuais dúvidas a respeito ...." 


Na verdade, o verbo implicar quando tem sentido de acarretar ou pressupor não exige o uso de preposição nenhuma. Diferentemente da construção: "Implicar-se em reuniões longas sem planejamento de nada adianta". Neste exemplo o verbo implicar exige a preposição em porque tem sentido de envolver-se, cercar-se, etc.


Outro verbo complexo é o esquecer, pois em construções do tipo:

"Não(se)esqueça de mim", há a ausência do pronome se, porque o verbo neste exemplo tem sentido pronominal, ou seja, só é conjugado com pronome oblíquo (me, te, se, o, a, lhe, lhes), uma vez que se refere à própria pessoa do discurso, a emissora da mensagem.

Já na oração: "Esquece nossa briga". Está certíssima, porque o verbo neste exemplo tem sentido de esquecer algo. A pergunta que se faz ao verbo é a seguinte: Esquece o quê? e não esquece do quê? Logo, estaria errado a construção: "Esquece da nossa briga".


Lembrando que verbos que exigem preposição são denominados de transitivos indiretos.


Agora os verbos transitivos diretos (sem preposição) também podem se referir a pessoas e a coisas.


Na regência de nomes (substantivos e adjetivos), a preposição a também é exigida.


* Abrigado a


* Acessível a


* Adequado a


* Agradável a


* Análogo a


* Anterior a


* Apto a


* Atento a


* Avesso a


* Benéfico a


* Comum a


* Conforme a


* Contrário a


* Desleal a


* Devoto a


* Essencial a


* Favorável a


* Habituado a


* Idêntico a


* Inerente a


* Leal a


* Natural a


* Nocivo a


* Obediente a


* Peculiar a


* Posterior a


* Rente a (próximo)


* Situado a


* Temível a


* Útil a


* Vedado a


* Vendido a 


* Viagem a


* Vinculado a


* Visível a


* Vizinho a



Algumas dessas palavras também podem ser complementadas pelas preposições: com, de, em, para, por, etc. 





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