TABELA DE VALORES: Serviços de Revisão

TABELA DE VALORES: Serviços de Revisão

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Produção de Apostilas

Você já deve ter notado que, hoje, na era tecnológica, informações e conhecimento podem ser baixados pela internet, ampliando a bagagem intelectual do indivíduo. Claro que, para aprender sobre determinado assunto, não basta ler materiais digitalizados, pois todo processo de aprendizagem se utiliza de meios cognitivos e socioconstrutivistas para ser efetivado. Ou seja, aprende-se com base em conhecimentos anteriores e capacidade própria para isso e também por constantes trocas sociais, levando à reflexão. Mas aonde quero chegar é na questão de materiais práticos e específicos. Quem estuda para concursos públicos, por exemplo, e não tem dinheiro nem tempo para frequentar cursinhos preparatórios, volta-se às apostilas, instrumentos de apoio nos estudos, organizados de forma sistemática e especializada. E no âmbito corporativo, dá-se o mesmo procedimento, gestores aliam funcionalidade a economia, quando decidem por qualificar seus colaboradores em suas práticas laborais diárias, gerando otimização na busca por resultados eficazes e maior autonomia dos recursos humanos.  Por isso, registro aqui meu interesse, experiência e competência em facilitar a concretização de projetos educativos e empresariais.

Seu projeto transformado em Apostila.

Entre em contato para orçamentos e prazos.

Será um enorme prazer atendê-lo(a), tornando acessível e aplicável o seu trabalho de emancipar pessoas.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Das dificuldades de ser profissional do texto

"O profissional de revisão ainda não conseguiu atrair para si o conceito e o apreço que outros obreiros intelectuais de há muito granjearam (...) o desprestígio a que se acham relegados os corpos de revisores é simplesmente contristador. Percebem ínfimos salários e recebem tratamento muitas vezes humilhante no que respeita as relações entre os integrantes dos diversos departamentos funcionais da empresa, tudo ao lado de constantes críticas que sofre o seu trabalho. Todo mundo que erre, menos o revisor..."

(Um revisor).

É muito comum entre nós, os revisores de textos,incluindo os copidesques, compartilhar experiências, muitas vezes "mal passadas". 
Já que a principal queixa desses dedicados trabalhadores é a difícil relação com autores e/ou empresas pouco flexíveis. Ou melhor, muito teimosos, tentando ser a mais educada possível aqui. Teimosia pode ser, por vezes, um defeito. Insistir no errado, não permitir que o outro, mesmo sendo especialista ou técnico na área em questão, faça alterações textuais, a fim de melhorar a estrutura e a coerência. 
Mas parece que mexer com tais egos não é tarefa fácil.

É necessário entender que o autor de um texto contribui com sua criatividade, com seu pensamento crítico-reflexivo, com sua capacidade de transformação social, enquanto que o profissional do texto, com sua perspicácia e cultura geral - elemento este essencial para um bom trabalho e convencimento de cabeças um tanto limitadas, contribui para a excelência nas apresentações.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Novo Acordo Ortográfico sob uma ótica divertida



A plateia estaria a postos, aguardando o voo de sua imaginação através do espetáculo. Muitos casais haveria na plateia, e alguns homens se sentiriam pró-helênicos, pois desejariam defender outra raça que não somente a sua. A peça versaria sobre gênero e sexualidade, fazendo uma comparação entre homens e mulheres diante de situações amorosas. A maioria das pessoas que lá estariam para assistir ao teatro, gostariam de uma boa polêmica. 

A ideia seria a de que os espectadores pudessem sair do local mais humanizados e menos egoístas e autoritários. Para isso, os atores improvisariam cenas preexistentes da vida comum, sem pré-julgamentos. Entende?
Como um vácuo ritmado em que o indivíduo viesse a se peceber.

Claro que os atores com suas performances não encheriam linguiça, mas abordariam temas importantes e urgentes, sanando (ou tentando) as divergências entre os sexos. 

O texto do espetáculo foi re-escrito diversas vezes a fim de dar maior identidade realística à peça.

Dentre os itens que comporiam a peça, haveria um porta-retrato em que as personagens se lembrariam de momentos desprendidos de qualquer tipo de orgulho ou preconceito. Simbólico apenas, como um autorretrato.

Antes do início do espetáculo, todos seriam avisados de que não haveria "paras", ou seja, pausas, muito menos subsessões .  Na peça, também, três personagens muito curiosos permeariam o subconsciente coletivo da plateia: o K, o W e o Y, acrescentados à composição da história, agiriam como super-heróis, procurando resolver as guerras de gênios. 

Uma das mulheres representada em cena viveria em conflito pela sua feiura nata, herdada do nariz avantajado e dos olhos arregalados de seu pai turco. Coitada! Mas, ao final, sua fraqueza estaria resolvida pelo casamento.

Uma das personagens, bastante provocativa na peça, certamente incomodaria a plateia, devido ser anti-higiênica. Contudo, ela teria um ato heroico que mudaria os rumos da história.

Ah, e os ciúmes? Fator tão presente nas relações amorosas, claro que sim, ele estaria presente nas conversas das personagens. Inclusive, um dos casais hiper-requintados, faria questão de palpitar na vida alheia. 

Quase ao término do espetáculo, repentinamente, como em uma espécie de baiuca, todos os atores apareceriam em cena para pôr panos limpos e mornos nas confusões criadas por eles próprios.

No fim, como todas as plateias preveem em teatros improvisados, atores brincariam com alguns espectadores da plateia e sorteariam brindes significativos.

Vamos às explicações!

Tudo muito simples e assim é que deve ser, bastando saber uma palavra de cada regra para nunca mais esquecer.

  • Plateia / Ideia - quando nas palavras, a penúltima sílaba mais forte for éi / ói  o acento desaparece.
  • Voo - quando na mesma sílaba forem pronunciadas as duas vogais oo, o acento circunflexo ^ desaparece.
  • Pró / Pré pronunciados com intensidade em palavras compostas, o hífen permanece. Além do mais, no caso do texto, o prefixo está seguido da consoante h, então a regra é obrigatória.
  • O prefixo Pre - quando não pronunciado com força, fica sem o hífen, pode-se juntá-lo a outra palavra, sem problemas.
  • Linguiça -  não precisa colocar mais o trema em cima da vogal u. Exceto: palavras estrangeiras, ex: Bündchen.
  • Re-escrito - quando a primeira palavra terminar com uma vogal e a outra começar com vogal igual, o hífen deve permanecer entre elas.
  • Porta-retrato - continua com hífen porque é formado por verbo (porta - aquilo que guarda algo).
  • Autorretrato - o prefixo auto é seguido da consoante r, por isso o hífen desaparece e a consoante r é dobrada. Idem para quando a segunda palavra iniciar com a consoante s e a primeira terminar com vogal.
  • Para - verbo parar não precisa mais carregar o hífen, assim como pêlo (parte do corpo) e pelo (preposição). Não existe mais o acento diferencial nestes casos.
  • Subsessões - quando a primeira palavra terminar com consoante diferente da segunda, pode-se juntá-las.
  • K, W e Y - foram acrescentados ao alfabeto, agora são 26 letras.
  • Super-heróis - o prefixo super mantém sua independência sintática, assim como o substantivo ou adjetivo herói, dependendo do contexto na oração. O herói foi muito ágil. / Meu pai é meu herói.
  • Feiura / Baiuca - quando as vogais i/u pronunciadas separadamente, mas com força, aparecerem, o acento agudo deixa de existir.
  • Anti-higiênica- prefixos seguidos da consoante h carregam o hífen.
  • Hiper-requintados - quando a primeira palavra terminar com r ou consoante igual à segunda palavra, o hífen novamente aparece.
  • Pôr - é verbo, por isso permanece o acento diferencial para destacá-lo da preposição por. Ex: Preciso pôr minha agenda em dia. / Vá por aqui que é mais fácil.



Até o próximo post!

sábado, 14 de setembro de 2013

Exemplos práticos de erros muito comuns em revistas, jornais, livros e artigos

Escritores não têm a obrigação de saber todas as regras da língua portuguesa, por isso existem os revisores de textos, os copidesques, que dão um toque final ao trabalho e à criatividade daqueles.

Só que, em muitas empresas de comunicação, onde se publicam notícias e informações, nestes materiais aparecem erros muito graves, não passando "batidos" aos olhos de um bom profissional que corrige textos. 

Perceba os mais comuns a seguir, assim você também ficará mais exigente ao ler uma matéria ou um texto, e, ao menos, saberá o que é certo. 

  • A questão da educação a distância não se trata de um caso afastado das políticas educacionais... O correto é "não é um caso de". Ou poderia ser: "Não se trata do afastamento..."
  • Chegou a vez das novas tecnologias de informação e comunicação favorecerem o compartilhamento de saberes. O correto é "de as novas tecnologias..." Pois não acontece contração da preposição de com o artigo a quando este faz parte do sujeito da oração.
  • Compareçam à Missa Solene Oficializada pelo Cardeal Dom Orani Tempesta na Catedral Metropolitana... O correto é "Oficiada" e não Oficializada.
  • Apesar de a empresa estar contratando, a diretoria, por hora, faz uma pausa no processo seletivo. O correto é "por ora".
  •  Naquele navio afundado dava a impressão de que algo pudesse submergir das profundezas e causar espanto. O que submerge desaparece das vistas; o correto é emergir (aparecer).
  • É fato que à medida em que as tecnologias de informação e comunicação se inovam a cada dia, mais ansiedade desperta... Quando se utiliza "à medida" não aparece a preposição em; Apenas quando se utiliza Na medida em que. Logo, o correto é "à medida que".

Gostou? Fique esperto(a)!

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Campos Semânticos

O campo da semântica  da língua portuguesa é muito interessante, porque é possível criar associações diversas com uma mesma palavra, atribuindo novos sentidos a esta. Por exemplo, a palavra água associa-se com as palavras mar, rio, lago, lagoa, fonte, etc. 

Existem 7 campos semânticos da língua portuguesa que se configuram num dado contexto cultural em que a linguagem é inserida, é utilizada. São estes: Sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia, polissemia, denotação e conotação.


  • Sinonímia e Antonímia possuem sentidos opostos, pois uma funciona como sinônimo e a outra como antônimo das palavras. Uma mesma frase pode evidenciá-las, sem que se precise alterar a palavra. Note: 

 a) Ela é uma pequena mulher. (sentido  pejorativo) / Ela é uma grande mulher.  (antônimo)

  b) Ela é uma mulher pequena. (estatura) /     Ela é uma mulher grande. (antônimo)

  • Homonímia dá-se por meio de palavras que possuem mesma grafia, mas diferente som e significado; mesmo som, mas diferente grafia e significado; e grafia e som idênticos, mas significado diferente. Note:

 Mesma grafia, mas som e significado  diferentes:

 a) O meu posto está vago. (substantivo, mesma  coisa que cargo)

 b) Deixa que eu posto as últimas notícias.  (verbo, mesma coisa que digitar, publicar)


 Mesmo som, mas grafia e significado  diferentes:

 a) Ponha logo o acento! (sentido gráfico)

 b) Ponha o assento... (sentido de cadeira,  local onde alguém se senta)


 Grafia e som idênticos, mas significado  diferente:

 a) Gosto de chegar cedo ao trabalho.  (advérbio de tempo)

 b) Cedo sempre no trabalho. (verbo ceder)

  • Paronímia são as palavras semelhantes na pronúncia e na escrita, mas significação diferente, devido a pertencerem a classes gramaticais diferentes. 
  Eis alguns exemplos: 

* Arrear                                  arriar
(pôr arreio no cavalo)          (cair, descer)

* Cavaleiro                            cavalheiro
(que cavalga)                         (homem gentil)

* Comprimento                   cumprimento
(medida, extensão)               (saudação)

* Descriminar                      discriminar
(inocentar)                             (diferenciar)

* Eminente                           iminente
(elevado)                               (prestes a acontecer)

* Estada                                estadia
(permanência de gente)     (permanência de veículos) 

* Infligir                                infringir
(aplicar pena)                       (violar lei, regra)

* mandado                           mandato
(ordem do juiz)                    (procuração)

* Ratificar                            retificar 
(confirmar)                          (corrigir)

* Sortir                                 surtir
(abastecer)                          (produzir efeito)

* Vadear                              vadiar
(atravessar a rua)               (andar sem rumo)

* Vultoso                             vultuoso
(volumoso)                          (inchado)


  • Polissemia é quando uma mesma palavra pode ter vários sentidos, a partir de um dado contexto linguístico. Note os exemplos:

  a) A aula foi broxante. (chata, cansativa,     sem prazer)

  b) O rapaz foi broxante. (sem ereção)


  • Denotação e Conotação: a primeira diz respeito ao real significado de uma palavra, aquele que geralmente está descrito no dicionário; já a segunda, ao sentido figurado, que parte do imaginário ou de algum tipo de associação. Note:

  Sentido Denotativo: A flor é algo delicado.   (referindo-se à espécie da natureza)

  Sentido conotativo: Ela é uma flor de tão     delicada! (referindo-se ao jeito de ser de     alguém)


   Fácil, não?

"A única coisa que temos de respeitar, porque ela nos une, é a língua".
Franz Kafka. 





Exemplo Prático de Correção de um Texto.

 Não é a resposta que quem corrige vestibulares espera, mas um novo estudo diz que, dentre os fatores que levaram o Império Romano ao fim, está uma mudança climática. Pesquisadores da Universidade ? Harvard e de várias instituições européias mostraram que, no auge da expanção de Roma, o clima era quente e chuvoso, fortalecendo a agricultura e, assim, ajudava a alimentar grandes exércitos, além de permitir uma economia pujante, evitando insatisfações internas. Isso aconteceu por volta do ano 100 d.C., onde o Mediterrâneo virou um "lago romano" e o Império chegou a colocar os pés até no norte da atual Inglaterra, em que lá concluiu, em 126 d.C., a muralha de Adriano, para manter os inimigos afastados. Uma hora, porém, a prosperidade acabou. A partir da metade do século 3, mudanças climáticas tornaram o Império Romano mais seco e frio. Segundo o grupo internacional de pesquisadores, que publicou suas conclusões na "Science", isso certamente afetou a produção de alimentos e pode ter estimulado causas tradicionalmente relacionada à decadência de Roma, como a inflação. Certamente políticas monetárias erradas colaboraram para piorar o cenário de crise econômica, dizem, mas não é por isso que se deve, nas palavras de Jan Esper, da Universidade Johannes Gutenberg (Alemanha), "seguir a crença comum de que civilizações estão isoladas de variações ambientais". Para saber como era o clima a tanto tempo, os cientistas analizaram 9.000 pedaços grandes de madeira antiga. A maioria vieram de restos de construções e de artefatos de madeira da Europa. Cada ano criando um anel único no tronco da árvore. Pacientemente, os cientistas foram retrocedendo, comparando pedaços de madeira cada vez mais antigos. Conforme a grossura desses aneis, é possível saber quanto choveu e se fez frio ou calor naquele ano. A ideia / que fatores ambientais, mais do que políticos, levam sociedades ao colapso / ganhou força em 2005, quando o biogeógrafo americano Jared Diamond lançou o livro "Colapso". Nele, Diamond mostra que coisas como a exploração excessiva da madeira ou da pesca levaram sociedades à crise. Não existia grande material científico, em 2005, sobre como o ambiente tinha atingido Roma. Os romanos, ao menos, não tiveram culpa pelas mudanças no clima que atingiu seu Império.

Fonte: UFPR.

No texto acima encontram-se muitos erros gramaticais. Por isso, a partir de tal exemplo, segue-se uma breve análise.


Logo na primeira linha, no início do parágrafo, há certo cacófato (som desagradável) "que quem", e toda resposta é de alguém, pertence a alguém; logo, em vez de que, o correto é inserir a preposição de. Assim: "Não é a resposta de quem...". Em seguida, é Universidade de Harvard e europeias não carrega mais o acento agudo no e, de acordo com a nova ortografia, por ser paroxítona com ditongo aberto ei. A palavra expansão se escreve com s e não com ç, pois vem do verbo expandir (nd), como pretender, suspender, etc. 

Ao escrever os números de séculos, é preferível estes estarem em algarismos romanos III. Lembre-se sempre de que o verbo deve concordar com o nome a que se refere. Então o certo é "...causas tradicionalmente relacionadas..." . 

No trecho a seguir, em vez do uso das vírgulas, convém utilizar o travessão, já que se insere uma oração que não se integra à construção natural da frase. Assim: "Certamente políticas monetárias erradas colaboraram para piorar o cenário de crise econômica, dizem, mas não é por isso que se deve - nas palavras de Jan Esper, da Universidade Johannes Gutenberg (Alemanha)- ...". 

"... como era o clima há tanto tempo..." A só se utiliza no tempo futuro e não no tempo passado. Analisar se escreve com s e não com z. "Analisaram 900 mil..." . Decida-se sempre por escrever o numeral da forma que seja mais legível ao leitor.

A expressão "a maioria" é seguida de verbo no singular caso não esteja especificada a palavra a qual o termo se refere. Logo, o certo é " a maioria veio...". Anéis é palavra oxítona e acentuada. 

Neste trecho: "A ideia de que fatores ambientais, mais do que políticos, levam sociedades ao colapso, ganhou..." A ideia de quê? Deve-se respeitar a pequena pausa após colapso.

E, por último, nesta oração não há vírgula entre o verbo existir e seu complemento. "Não existia grande material científico em 2005,..." .

Bons textos!

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Quando a trava é de regência...

Sempre estamos praticando a regência, seja consciente ou inconscientemente. Ao dizermos "Já volto, vou ao banheiro", estamos corretos, respeitando a harmonia dos termos: o regente e o regido. Mas se dissermos a mesma frase assim "Vou no banheiro", já "melamos" (como dizem os mais despojados) o discurso. 
Característica da linguagem oral é utilizar o em + artigo (no/na) no lugar da preposição a.

O termo regente são os verbos; já as preposições, as conjunções subordinativas, os pronomes relativos, os advérbios, os pronomes interrogativos são os regidos. 

Para inserir um complemento (como os citados acima) num período é preciso atentar para o sentido da oração. Pois muitos verbos, por exemplo, podem vir em um período com significados diferentes, e por isso vão exigir complementos diferentes.

Exemplo 1: Aspiro ao cargo de liderança. Sentido de almejar, conseguir, desejar, exige preposição a.

Exemplo 2: Aspiro a fragrância da flor. Sentido de cheirar. Não exige preposição, somente o artigo.


É muito interessante saber sobre a questão da regência de verbos e de nomes, pois mesmo aquelas pessoas que não possuem o conhecimento técnico da língua como os professores de português e demais profissionais que lidam diariamente com a escrita, podem usufruir da dinâmica desse processo de utilizar adequadamente verbos e nomes juntamente com seus complementos, qualificando o discurso. 

Lógico que quando se fala com alguém, a maioria não se preocupa, muito menos se apercebe dos erros que comete. Porque, embora a correção gramatical seja muito exigida nos processos seletivos e em determinadas carreiras profissionais, a oralidade não é minuciosamente analisada, nem chama assim tanto a atenção, só se for muito iletrada ou incompreensível. Inclusive, até na literatura se nota certo distanciamento da norma culta.


Existem diversos manuais, livros e artigos abordando o tema da regência, mas gostaria de facilitar aqui os usos mais comuns e os mais exigidos nos testes.


Primeiramente segue a regência de alguns verbos notáveis que pedem a preposição a.



  • Os que exigem a preposição a: aspirar - assistir - avisar - chegar - custar - obedecer (antônimo) - pedir - perdoar - preferir - proceder - querer - responder - visar, etc. Só que para esses verbos exigirem ou regerem a preposição é necessário prestar atenção ao seu sentido na oração.

* Aspirar - sentido de almejar, desejar

* Assistir - sentido de ver, observar/ sentido de caber

* Avisar - sentido de avisar ou informar algo a alguém

* Chegar - sentido de vir ou atingir o alvo

* Custar - sentido de acarretar, ocasionar

* Obedecer / Desobedecer - sempre!

* Pedir - sentido de pedir algo a alguém

* Perdoar - sentido de desculpar


* Preferir - sentido de priorizar


* Proceder - sentido de efetuar


* Querer - sentido de estimar


* Responder - sentido de dar resposta


* Visar - sentido de pretender



Fica fácil harmonizar as palavras quando se entende o contexto em que elas estão inseridas.


Um verbo que equivocadamente muita gente escreve errado, ou seja, sem seguir a orientação da norma culta (gramática) é o implicar. A maior parte das pessoas escreve assim: "O suposto artigo implica em sanar eventuais dúvidas a respeito ...." 


Na verdade, o verbo implicar quando tem sentido de acarretar ou pressupor não exige o uso de preposição nenhuma. Diferentemente da construção: "Implicar-se em reuniões longas sem planejamento de nada adianta". Neste exemplo o verbo implicar exige a preposição em porque tem sentido de envolver-se, cercar-se, etc.


Outro verbo complexo é o esquecer, pois em construções do tipo:

"Não(se)esqueça de mim", há a ausência do pronome se, porque o verbo neste exemplo tem sentido pronominal, ou seja, só é conjugado com pronome oblíquo (me, te, se, o, a, lhe, lhes), uma vez que se refere à própria pessoa do discurso, a emissora da mensagem.

Já na oração: "Esquece nossa briga". Está certíssima, porque o verbo neste exemplo tem sentido de esquecer algo. A pergunta que se faz ao verbo é a seguinte: Esquece o quê? e não esquece do quê? Logo, estaria errado a construção: "Esquece da nossa briga".


Lembrando que verbos que exigem preposição são denominados de transitivos indiretos.


Agora os verbos transitivos diretos (sem preposição) também podem se referir a pessoas e a coisas.


Na regência de nomes (substantivos e adjetivos), a preposição a também é exigida.


* Abrigado a


* Acessível a


* Adequado a


* Agradável a


* Análogo a


* Anterior a


* Apto a


* Atento a


* Avesso a


* Benéfico a


* Comum a


* Conforme a


* Contrário a


* Desleal a


* Devoto a


* Essencial a


* Favorável a


* Habituado a


* Idêntico a


* Inerente a


* Leal a


* Natural a


* Nocivo a


* Obediente a


* Peculiar a


* Posterior a


* Rente a (próximo)


* Situado a


* Temível a


* Útil a


* Vedado a


* Vendido a 


* Viagem a


* Vinculado a


* Visível a


* Vizinho a



Algumas dessas palavras também podem ser complementadas pelas preposições: com, de, em, para, por, etc. 





segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Considerações sobre os sinais de pontuação

Saber pontuar uma frase, oração e um texto mais longo é utilizar de pausas e entoações acertadas, atribuindo sentidos diversos à intenção numa dada situação de comunicação. Inserir os sinais de pontuação nos mais variados momentos do discurso, seja este falado ou escrito, sendo, por vezes, motivado pela emoção, é dissecar o que se almeja na percepção do outro, do nosso interlocutor.

Contudo, em alguns textos literários de notáveis escritores, como é o caso de Gabriel García Márques, a ausência desses sinais é perdoada pela intenção genuína em seus textos, capazes de aferir sentimentos e sensações no leitor, e exemplo mais específico é o romance "Outono do patriarca", no qual o autor despreza o uso das vírgulas em alguns capítulos. 

Mas quero deixar aqui registrado os principais indicadores para utilizar corretamente os sinais de pontuação. 


1. Vírgula: é uma pausa, utilizada para separar os locais das datas; deixar só numa oração o elemento evocador (vocativo); intercalar a frase que serve para explicar uma palavra, designá-la (aposto); deixar só entre vírgulas uma oração que expressa mudança de tom; separar orações adverbiais (com valor de advérbio - nome que modifica um verbo, adjetivo ou advérbio, acrescentando-lhes uma circunstância); isolar orações sem conectivos (assindéticas); para realçar conjunções com valor de oposição; para não misturar palavras que possuam mesma função; quando há repetições da conjunção "e" numa mesma oração; para realçar elementos soltos numa oração (advérbios ou locuções adverbiais); isolar orações que se intercalam numa dada sentença; destacar expressões que indiquem explicação, conclusão, pensamento contínuo; e utilizada quando um elemento foi suprimido numa oração, a fim de não repeti-lo.
Exemplos (na sequência dos itens acima): 

* Rio de Janeiro, 09 de setembro de 2013.

* Venha conosco, Rodrigo!

* Brasília, a capital do Brasil, também enfrenta manifestações populares.

* O bom profissional, que não espera que as coisas aconteçam, sempre busca oportunidades.

* Assim que você tiver um tempo, ligue-me para conversarmos.

* O tempo é passageiro, é veloz, é único.

* Não se apresse, portanto, conclua seu trabalho.

* Atores, músicos, produtores, inscrevam-se.

* Vive, e ama, e sente, e exclama.

* À tarde, raramente, ouvia-se música.

* Após a conversa, como era de praxe, os casais seguiam até a pista.

* Há rebeliões desastrosas, ou seja, que mais prejudicam do que auxiliam na mudança.

* "O meu pai era paulista
  Meu avô, pernambucano..." (Chico Buarque).


2. Ponto-e-Vírgula: uma pausa maior que a vírgula. Só que utilizado dentro de um período - reunião de orações com sentido completo. Utilizado nas seguintes situações discursivas:

* Separar cada oração coordenada de outra num só período.

Ex: Os cultos sabem dosar a própria língua e outras; os semicultos hesitam diante de determinadas situações comunicativas; os analfabetos são desprovidos de momentos do uso da língua. 

* Isolar elemento que já esteja reunido na mesma oração com a presença indiscutível de uma vírgula.

Ex: Atuo como professora; ela, como dentista.

* separar elementos descritivos de uma lei, de um decreto, de um regulamento, etc.


Art 5º - Respondem pelos tributos das pessoas jurídicas transformadas, extintas ou cindidas:
    I- a pessoa jurídica resultante da transformação de outra;
  II - a pessoa jurídica constituída pela fusão de outras, ou em decorrência de cisão de sociedade;
  III - a pessoa jurídica que incorporar outra ou parcela do patrimônio de sociedade cindida;


3. Dois Pontos: este sinal de pontuação é bastante conhecido u utilizado nas construções literárias e no diálogos, certo? Mas além dessas situações discursivas, os dois pontos pode ser expresso antes de uma citação; destacar um resumo ou síntese; inserir uma oração explicativa e após as palavras Ex:, OBS: entre outras que indiquem nota, observação, exemplo.




* Os estudos são importantes para a vida. Ou seja: servem de estopim para a carreira e o prestígio social.

* Só tenho uma coisa a dizer: declaro-me isenta de culpa.


4. Reticências: indicam a interrupção de um pensamento, uma ideia, ou mesmo servem para omitir o resto de um trecho que não é tão necessário ao sentido do texto.

Exemplo: "Aliás, eu queria dizer que tudo é permitido... Até beijar você no escuro do cinema, quando ninguém nos vê" (Belchior, Apenas um rapaz latino-americano).


5. Travessão: este sinal de pontuação indica a posterior fala de uma dada personagem; para separar do resto da oração alguma expressão que só enfatize uma ideia ou conceito relativo ao que já fora mencionado; destacar a síntese de uma sequência discursiva; e para ligar palavras que formem uma cadeia no enunciado.

* Cláudia disse, afoita: - Que venham os louros!

* Pois o que se planta, colhe-se - já dizia Cristo.

* Rodovia Belém-Brasília.


6. Parênteses: este sinal de pontuação tem valor acessório à oração, servindo para caracterizar uma reflexão ou um apelo emocional.

Ex: Não pretendo afirmar ser a detentora de verdades, apenas capaz de pensar criticamente (sabendo distinguir o certo do errado).


7. Aspas: servem para indicar citações, destacar palavras ou expressões num texto, atribuir um toque ou tom de malícia ou ironia a algum trecho, e na reescritura do título de uma obra.

* Esse tal "rock in roll" anda meio distraído e menos exigente ultimamente.

* Há sempre um "se" entre eles.

* "O Cortiço", de Aluízio de Azevedo, é uma obra prima.


8. Ponto de Exclamação: insere uma emoção ao discurso.

Ex: Ah! Que dia!


9. Ponto de Interrogação: insere um questionamento.

Ex: O que demonstra com as manifestações o povo brasileiro? Indignação?


10. Ponto: já este sinal de pontuação, além de servir para pôr fim a algum enunciado, como forma de deixar claro que não existe mais nenhuma declaração a fazer, é utilizado também para separar os blocos de ideias (parágrafos), e também aparece nas abreviaturas (obs. etc.).

* Chega! Não quero mais conversar.

* Nasci na cidade do Rio de Janeiro. Morei em Paquetá, Joinville e em Florianópolis. Mas não aguentei de saudade e voltei ao Rio.